O insuportável fardo de ser quem não se é
Definhamos quando aprisionamos a nossa verdade, e assumimos o protagonismo de um personagem que talvez seja mais aceito pelos olhos de outrem.
Debaixo do peso das mascaras habita o insuportável fardo de ser quem não se é.
Quanto mais assumimos essa pseudo identidade, morreremos, em doses homeopáticas, em vida até o dia da nossa morte eterna.
Mas a vida não precisa ser um simulacro, há meios de romper com o falseamento e fazer as pazes com o verdadeiro “eu”.
Para que isso aconteça, é preciso ter fé em nas descrenças.
Ousadia para rasgar os roteiros idealizados que os outros escreveram para nós.
Libertar a verdade que enclausurada vive a espera de sair da alma, para recobrir a realidade que o corpo habita.
Coragem para decidir e assumir as consequências do que se decidiu, compreendendo que até os erros mais fatais geram os aprendizados mais genuínos.
Autenticidade para enxergar a beleza do destino que o coração quer traçar, porque se ele o deseja certamente ouviu habilidades que por anos foram emudecidas. (Está na hora de ouvi-las)
Respeito pelos desconfortos, propulsão para correr dos lugares que não se cabe.
Por fim, desculpar-se pelo que já foi, e recuperar o tempo que a vivencia falsa roubou.
Talvez, esse seja o caminho para se livrar do insuportável fardo de ser quem não se é.
Ainda não sei muito sobre isso, mas por hora só quero seguir descobrindo quem de fato eu sou.
“And I leave
My burdens at the door
I can see through you
See your true colors
'Cause inside you're ugly
You're ugly like me
I can see through you
See to the real you”(Staind)