RETRATO
Eu sou o pranto, o gemido
De um cantador solitário,
Que vive só, escondido,
Em seu próprio relicário...
Sou a lenha da fogueira,
Que em cinzas se quedou.
A marca do amor, verdadeira,
Que ninguém jamais ousou!
Sou a luz na escuridão,
Os passos vagos, incertos...
O sopro de um coração
Que sentiu o amor por perto.
Sou a nuvem que esconde
Todo o segredo da chuva...
A pergunta que responde
E a lágrima que turva!
Sou o sabor do pecado
Investido de paixão...
Sou o amor sacrificado
Preso em um coração!