ENTRE O SOL E A PRIMAVERA
Meu querido sol,
Que me aquece com raios dourados,
Emoção que desperta em campos sagrados,
Com entusiasmo que dança e contagia,
Trazendo à vida a pura magia.
A esperança floresce, vigorosa e plena,
Sou invencível na tua cena.
Mas quando te escondes no véu da noite,
Sinto o vazio em um profundo açoite,
A solidão congela meu ser em cristal,
E o dia perde seu brilho, tão irreal.
Uma brisa cinza, fria como a neve,
Ronda meu corpo, tornando-o firme,
Presa em um labirinto sombrio,
Onde o calor se torna um fio.
Para não perder o norte e a razão,
Abandono o sol e sua flutuante estação,
Busco o refúgio na primavera gentil,
Que não é quente, nem frio hostil.
É um abraço de flores, suave e certeiro,
Que não me deixa vazia, nem por inteiro.
Adeus sol, siga seu destino,
Entre o brilho e o desatino.