O Andarilho
Eu sou um vasto deserto
estéril
onde só crescem ilusões
Como neve no verão
peço um abraço a multidão
mas ninguém fala minha língua
Estão todos ocupados
olhando seus celulares
Ninguém me olha nos olhos
Estão todos vacinados contra compaixão
Exilado vago de cidade em cidade
A loucura me tenta o suicídio
Rezo como último recurso
Mendigo esmolas
Peço pra que chegue minha hora
Com muito custo arrasto mais um passo
Nenhum mero sinal de um sorriso