DIALÉTICA ENTRE O SENTIR E O PENSAR
Razão, por que me atormentas?
Serás verdade ou mera ilusão,
Um eco distante,
Que finge trazer claridade?
Onde está tua lógica fria,
Se o que nos move é emoção?
Sofremos na dor que arde e guia,
Vivendo na pura compaixão.
Guardamos traumas no coração,
Que desde cedo nos desafia,
Cicatrizes que a alma desfia,
E faz da vida contradição.
Na angústia, o instinto é quem fala,
A razão se perde, sem direção,
É o sentimento que nos embala,
E não tua fria condução.
Nos unimos pela empatia,
Ficamos na doce sintonia,
Permanecemos na alegria,
E seguimos com perseverança,
Na dança que o amor anuncia.
Razão, és miragem ou substância?
Vou desafiar-te, sem receio,
Talvez reveles tua constância,
Ou mostres ser apenas devaneio.
Que ao meu corpo, preso em sentimentos,
Submerso em dilemas e confusão,
Sejas sombra que se esvai nos ventos,
De uma alma em constante ebulição.