Máquina do Tempo Perdido
Rostos sem nome, passos apressados,
Vivemos na esteira do tempo,
Onde o tic-tac é o mestre,
E nós, meros servos da rotina.
A vida, reduzida a listas,
Tarefas que marcam nossos dias,
Sem cor, sem brilho,
Apenas o vazio do dever cumprido.
Abraços? Raros, apressados,
Toques que deveriam aquecer,
Mas que se perdem na pressa,
Como folhas varridas pelo vento.
O perdão, palavra esquecida,
Amor, um eco distante,
Valorização, uma lembrança
Que se desvanece na correria.
Nos tornamos autômatos,
Engrenagens de uma máquina incansável,
Onde o sentir é supérfluo,
E o ser é mero reflexo do fazer.
Paramos para refletir? Quase nunca,
A vida nos empurra, nos arrasta,
E, na pressa de chegar ao fim do dia,
Esquecemos de viver, de verdade.
Mas, e se parássemos,
Se quebrássemos o ciclo,
Redescobrindo o calor de um abraço,
O valor de um sorriso sincero?
Talvez, então, encontrássemos
A humanidade perdida,
Nas pequenas coisas, nos gestos simples,
Que nos lembram que viver é mais que existir.
E assim, ao sair do automático,
Redescobriríamos o que nos torna humanos,
A conexão que transcende o tempo,
E dá sentido ao nosso breve caminhar.