Esconderijo
Se transbordasse não caberia… Folha em branco é espaço apertado demais para tanta incompletude.
Nem se derramasse lágrimas com o nanquim dos séculos seria o bastante.
Não há palavras para preencher o abismo.
Não há silêncio tão barulhento quanto o que mora aqui dentro.
Alinhavados pelo tempo…
Retalhos de dor remendam cicatrizes.
Tanto ainda a curar…
Tanto ainda para expandir…
Tanto… Quase excessos!
Há uma linha de perdão, também, traçando o caminho da vida.
Mas, nem tudo é tão romântico.
O vermelho muitas vezes é sangue puro.
Fluxo de intensa perda vital.
O que se esvai, não volta.
O vazio que fica reconstrói nova história.
Das cinzas, outro fogo.
Parecem vagas as palavras despejadas.
Não há busca sensata.
Nem queda sem asas.
Nem é preciso fazer sentido onde impera o amor.
Tudo é poesia.
Líquida.
Efêmera.
Rarefeita.
*Si*