aos nossos vermes

nesse mar do meio

o campo é limpo

verde e florido

perpassam por essas ondas

as ondas

dos mares em que se atordoam

sobre as minhocas e os vermes,

apaixonados reclamam seus poemas

que da raiz caramelada

de gozo

sobe e cospe a necessidade

súbita do sol

rastejando sobre as beiradas

irão chegar até o meio-fio

onde os carros se acumulam

sob congestionamentos constrangidos

e todos os vermes se lançarão entre à velocidade

que não perdoa;

como um nada, somos amassados

e depois de uma longa ressurreição

à força

tornaremos a sair do buraco oceânico

entregando flores e formas

a todos os nossos

amantes

Marcos Pontes
Enviado por Marcos Pontes Lavrador em 11/08/2024
Reeditado em 11/08/2024
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