No Escuro

A noite o medo vem e tudo muda

A testa enruga

Não há ajuda

Pra solidão que madruga

Que fere profunda

Aonde a dor abunda

Onde toda palavra é nula

Onde toda lágrima é chuva

Vinhedo sedento sem uva

Doença cruenta sem cura

Tarde cinzenta e púrpura

O sol é cinzel que machuca

O raio é a agulha que sutura

A ferida da qual o sangue borbulha

Riscando de vermelho a pele pura

O compromisso é a ruptura

O tempo é um momento que não dura

O Amor é um monumento à mulher impura

Se esgueirando em noite escura

Amando enquanto machuca

Sorrindo enquanto escuta

O tilintar das taças de cicuta

Da realidade que chega abrupta.

Lady Loen
Enviado por Lady Loen em 09/08/2024
Código do texto: T8125177
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