O Blefe do tempo

Zombou o tempo, da moça feia, do tronco duro, rosto sisudo, do louco forte.

E o tal espelho, bem enganou, fingiu ser bela, a tua imagem.

Boca caída, siso do dente, velho, doente, morte na rua.

Aquele moço, tal, arrogante, um corpo vago, vaga nas noites.

De trança e xale, menina meiga, doçura era, hoje, ranzinza.

E o tempo mente, na mente e corpo, tão velharia, entulho vivo.

Enquanto matam, velhos ponteiros, na mesa, enfeita, uma ampulheta.

Museus e homens, vis feras brutas , todos se encerram, na dura terra.

Zombou o tempo...

João Francisco da Cruz