Ora poeta, ora poesia

Na sede de saber quem sou

Eu me olho no fundo das cores vívidas

E nos traços pálidos que me contornam

A face, a mente e as inquietudes.

Ao espalhar das horas ávidas por vida

Não me pareço com o reflexo do espelho já visto

Nem caibo nas minhas tantas linhas já lidas

Da pele, das folhas e dos fios.

Corro célere entre ideias e abismos

Enquanto tempestades desaguam dentro de mim.

Sou palavra desnuda na bruma do pensamento

Em filetes do que penso ser e do que seria

Se um dia eu coubesse em algo findo.

Na imensidão da alma que me habita

Eu me desfaço de tudo na minha própria fantasia.

Na ânsia de ser algo intangível, vasto e indefinido

Indefino as rimas nos versos que me definem

Por ser ora poeta, ora gigante, ora poesia.

Aflora la Fora
Enviado por Aflora la Fora em 30/07/2024
Código do texto: T8118353
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