Biblioteca na nevasca
Isolada no mundo
Uma biblioteca se instala
Coberta por gelo
Eu entrei calado como a noite
E não sai mais após ficar preso
A tempestade se alarma
“Eu sinto muito, mundo”, pensava
Mas vendo aquela vastidão de conteúdo
“Ali eu me apaixono, ali me descubro”, pensei confuso
O universo era robusto, e eu queria provar todos seus frutos
As velas eu acendi, com o brilho me surpreendi
Pois era como um sonho, vivo eu me senti
Nada pude fazer, a não ser me divertir
A cada livro uma nova lição, não queria dali jamais sair
O mundo congelou, eu percebi
Triste eu fiquei, me arrependi
Mas após refletir, vi emoção, tristeza e lamentação
“Não ligam que estou aqui”
Vendo prateleiras notei, ao livro eu sou tudo.
Sou o leitor, seu objetivo mais profundo.
Aos outros sou um minúsculo detalhe, em todo um mundo.