Biblioteca na nevasca

Isolada no mundo

Uma biblioteca se instala

Coberta por gelo

Eu entrei calado como a noite

E não sai mais após ficar preso

A tempestade se alarma

“Eu sinto muito, mundo”, pensava

Mas vendo aquela vastidão de conteúdo

“Ali eu me apaixono, ali me descubro”, pensei confuso

O universo era robusto, e eu queria provar todos seus frutos

As velas eu acendi, com o brilho me surpreendi

Pois era como um sonho, vivo eu me senti

Nada pude fazer, a não ser me divertir

A cada livro uma nova lição, não queria dali jamais sair

O mundo congelou, eu percebi

Triste eu fiquei, me arrependi

Mas após refletir, vi emoção, tristeza e lamentação

“Não ligam que estou aqui”

Vendo prateleiras notei, ao livro eu sou tudo.

Sou o leitor, seu objetivo mais profundo.

Aos outros sou um minúsculo detalhe, em todo um mundo.

Victor Palmieri
Enviado por Victor Palmieri em 27/07/2024
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