AUTOSSABOTAGEM

Eu sou quem acham que sou...

Escondido em máscaras de quem nunca fui

Traços fortes em perspectivas rasas

Devaneios sinceros de visões embaçadas

Entre o certo e o errado

Tento manter vivo aquilo que me traz esperança

"Pedro, tu me amas?"

Fraco, falho e falso...

Tantas vezes sendo, e o galo ainda nem havia cantado

Cercado com promessas vãs e preso em um tempo corrido

Busco evitar danos na medida em que sigo sendo humilhado

Alegações me moldam como incompreendido

Na proporção em que esperam quando serei condenado

Lembro de quando nada tinha e me sentia incrível

Queria poder dizer a ela: eu nunca estive aqui!

Mas, o impacto da dúvida me faz escravo da sua certeza

Onde o vulgo "minha escolha" brinca de predador e presa

Envolto de pensamentos, me torno inapto

Sendo prensado, como na extração do azeite

Para que o derramar do resultado então incerto

Ressalte que a beleza do conhecer não se trata do estar certo

E em meio a risos soltos e choros contidos

Te apresento meus anseios sabendo que não serei ouvido

Rasgando-me por intermédio de sonetos

Enquanto me afogo em tons de cinza e sucumbo em versos negros