O POETA

 

"Porque o seu coração

é uma porta batendo

a todos os ventos do universo"

Mario Quintana.

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À complexidade de si,

Ao depois, ao agora, ao aqui,

 

Ao ali, ao lá, ao outrora,

À Maria, à Sofia, à Dora,

 

À noite, ao dia,

À realidade, à fantasia,

 

À loucura, à lucidez,

Às flores fugazes dos ipês,

 

Aos porquês, às reticências,

Às sidéreas influências,

 

À essência divina,

Aos cotidianos, às esquinas,

 

À travessia estranha,

À planície, à montanha,

 

À pelágica intensidade,

Ao vento de liberdade,

 

Às perdas, aos ganhos,

Ao verdadeiro, ao zanho,

 

Ao sorriso, ao pranto,

Ao profano, ao santo,

 

Ao normal, ao absurdo,

Ao nada, ao tudo,

 

Ao bem, ao mal,

Ao início, ao final,

 

O poeta aflora o eu diverso,

...E se derrama em versos.