Dentro
Em noites frias, o silêncio grita,
O eco do vazio, alma aflita.
Paredes mudas, sombras escuras,
Suspiros leves, são só murmuras.
No peito, um abismo sem fim,
Um labirinto, perdido em mim.
Coração pesado, chaga aberta,
Esperança falha, porta encoberta.
Olhos cansados, céu sem cor,
Caminhos sem rumo, sem amor.
O sol se esconde, a lua esquece,
Um ser sem norte, o peito padece.
Sinto o nada, que me abraça,
Um vento frio, vida esgarça.
Palavras mudas, sorrisos vão,
Pedaços de um sonho, em desilusão.
Mas quem sabe, um dia há de vir,
Uma luz tênue, fazer ressurgir.
Mesmo no escuro, há uma chama,
Que luta e brilha, mesmo em lama.
Ainda que vazio, na sua vastidão,
Há espaço para um novo clarão.
Pois cada fim é um novo começo,
Seja na dor ou no recomeço.
No abraço sincero, encontro a paz,
Sinto-me completo, amado demais.
Nas palavras doces, vejo o seu olhar,
Em seu amor, encontro meu lugar.