Incógnita
Logo ali, na curva da estrada, o mundo se abriu! Mas que mundo é esse! Tudo de cabeça para baixo, as raízes das árvores para cima, as copas enfiadas do chão, as águas dos lagos chovendo para as nuvens… Que mundo é esse!
No sentido oposto, um cavaleiro cavalgando nas nuvens, de cabeça para baixo, olhou pra mim e perguntou: que mundo é esse, que está tudo de cabeça para baixo?
Foi quando eu descobri que andava sobre um espelho. Que espelho é esse? Perguntei ao cavaleiro. Mas ele emudeceu. Não me olhou mais e não me respondeu: ou porque não quis, ou porque não me ouviu, até hoje não sei!
Na segunda curva da estrada eu caí e tudo mais caiu junto comigo.
Que mundo é esse afinal? Perguntei para mim mesmo. Então, eu me pedi um tempo para pensar e, até hoje, espero uma resposta!
O mundo do Espelho
Que mundo será esse cavaleiro?
-Não sei! Me respondeu com segurança.
Seria o cavaleiro uma criança
Que mal tinha saído do cueiro?
Antes de responder, pense primeiro;
Não seja apressado ou leviano.
Lhe dou um tempo até o fim do ano,
Se ainda souber seu paradeiro.
Seria o mundo a rima pra Raimundo,
Aquela que Drummond inda procura?
Ou o mundo seria uma mistura:
A mescla entre o raso e o profundo?
Concedo mais um ano e um segundo,
Enquanto a resposta amadura.