Canto de Carroceria
Dentro de uma grande biblioteca existia
Um recanto lá em um canto onde, em prantos,
Ficava o desencanto; tanto queria
Participar entre tantos e sentir o encanto
De ler grandes clássicos.
Naquele canto, portanto, para meu espanto,
Só liam brochuras naquele recanto.
Quem estava no canto se achava santo
E, sobre o seu manto, o orgulho sorria.
Do outro lado, lá no recanto, de vez em quando,
Um sorriso recebia.
Não sei se fico ou se adianto;
Eu não sou santo, mas fico sozinho,
Pensando na vida escrevendo o meu canto.