SIGNO DE PEIXES

Na confluência de alma e corpo,

Dois peixes nadam, em rumo inverso,

Um no real, outro no sonho,

Entre o ser e o não ser, imerso.

Ora creio em tudo, ora em nada,

Um desafio de ser e não ser,

A alma, angustiada, se cala,

O corpo, frágil, sem poder vencer.

A alma grita em sua filosofia,

O corpo se perde em fantasia,

Em luta constante, se debatem,

Como sombras, que sempre se abatem.

A alma, dúvida que consome,

Quer seguir, mas algo a detém,

O corpo, livre, não tem nome,

Vive no mundo, mas não se tem.

O corpo almeja os prazeres mundanos,

A alma, busca a verdade suprema,

Nessa dança de anseios insanos,

O ser, se desfaz em um dilema.

E na filosofia, a alma se perde,

Limitada, se cala, submissa,

Cede ao livre-arbítrio, cede,

Mas na dúvida, ela nunca é omissa.

Ser ou não ser, eis a questão,

Nessa maré de incerteza e razão,

Alma e corpo, em perpétua contradição,

Nadam juntos, em um só coração.

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 25/06/2024
Código do texto: T8093274
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