Dúvidas
No jardim de nossos olhares
Brotava um amor, ainda tênue
Como a primeira luz do amanhecer
Delicado, como pétalas ao vento
O medo, sombra que se arrasta
Sussurrava incertezas em nossos ouvidos
Plantando espinhos no campo das emoções
Distorcendo sorrisos em suspiros
A insegurança, vil serpente
Rodeava o tronco do afeto
Envenenando promessas com dúvidas
Erguendo muros onde havia pontes
Cada toque, antes ternura
Tornava-se hesitante
E palavras, antes doces
Eram agora carregadas de silêncio
Corações, que em uníssono batiam
Se afastavam, temerosos
E o que era flor em botão
Murchava, sem o calor do sol
Assim, o que poderia ser jardim eterno
Desfez-se em campo árido
Prova de que o medo e a incerteza
Podem destruir até mesmo o amor mais belo