Labirinto Espumante
Esfrego a bucha no vidro do box, encharcada de sabão.
Volta e meia, meia volta, fiz um desenho em forma de raio.
Riscos de sabão no vidro, desenho um labirinto fácil para a dor sair.
Onde há gordura, coloco mais detergente e giro com força.
Desenho o amor eterno, um número oito deitado.
Veio um choro, mas não cesso a concentração.
Caem lágrimas no chão e nos pés, e misturam-se na água sanitária.
A alma também quer branqueamento.
Dói, Dói, os olhos estão avermelhados.
Mas, de repente, uma canção enternece os ouvidos.
Enxague e chilrear, a dor está indo embora.
Porque o Vim- Vim e o Bem- Te- Vi
Cantaram lá fora.