Haveria...

Haveria silêncio no vasto castelo  

Que compõe as imaginárias  

Reconstruções da alma,  

Aprisionadas por suas  

Próprias convicções...

 

Sentiria o desejo de receber  

Apelos de esmeradas gorjetas,  

Tão repugnantes de mãos  

Vazias...

 

Haveria a displicência que comove  

E assola o rebanho iludido,  

Reconstruído de intermináveis sonhos...

 

Por entre tais paredes erguidas  

De um intocável manifesto do  

Desconhecido, anseia o desejo  

Do descanso mortuário da alma  

Que se embebeda das migalhas  

Expostas em seu eterno e fétido  

Ossuário...

 

Haveria, sim, o começo desleixado  

E impávido do grito mais sórdido  

E recluso da pequena matriz,  

Que aparentemente peleja nesta marcha  

Fúnebre da vida...

 

Marcelino Gomes da Silva
Enviado por Marcelino Gomes da Silva em 25/05/2024
Código do texto: T8071431
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