AS ÁGUAS
Muitas vezes, eu me imaginava subindo aquela ponte,
Carros passando, todos seguindo sua vida normalmente,
Alguns curiosos, outros distantes,
E então, eu me jogava nas águas.
Eu só não imaginava que as águas chegariam até a mim,
Que o frio do rio tocaria minha pele,
Que a corrente me envolveria,
Levando embora tudo que um dia foi meu.
Agora estou aqui, na margem do desconhecido,
Observando o passado se afastar,
Tudo que fui, tudo que tive,
Desfeito, perdido nas ondas do tempo.