De volta
Eu rabisco com os olhos
o bloco de notas mais virtual.
Desvirtuosamente as palavras borbulham
sob a pressão de estar de volta.
De volta; a madrugada, a escrita.
Devoto ao sentimento que grita.
Não que fui silêncio, não fui.
Há sempre um palpitar de arte, detectável,
mas ajustável a devaneios no banho
a momentos pequenos, nos quais versos passam correndo
e não encontram uma insatisfação que os segure.
Ela dorme e as pálpebras e o sorriso dela, descansam.
Eu penso, dispenso, repenso, retenho e me canso.
Preciso ser melhor. Preciso estar de volta
pralém da vida do sossego,
pralém da paz do aconchego,
pralém da expectativa de derrota.
A revolta, a primeira a voltar,
me escoltará pra longe do porto.
Tô vivo ainda, aos trinta, e seguindo...
"Vou indo"...
E no embalo desse verso torto
realinharei meus desconfortos.
(um pouco).
De volta; a madrugada, a escrita.
Devoto ao sentimento que grita.