NÃO SEI PORQUE

Queria saber onde estava que não vi

Talvez não estivesse ali , não como gostaria de estar.

O corpo, talvez presente, mas não a alma, minha essência.

Minha vontade eu não ouvi.

Aquela lacuna no tempo, ficou e cresceu

parecendo uma época de cheia, onde o rio extravasa

não respeitando seus limites e querendo seguir adiante,

tornando-se maior a cada instante, e... esse rio fui eu.

Não era ganância material, de bens ou riquezas.

A emoção da vida é que me levava em seus braços

E eu, extasiado e carente deliciava-me devaneando ébrio

cada vez mais longe da real existência.

Cada sol que se punha abria espaço à nova sensação.

De riscos e prazeres alimentava a alma ávida.

Não via no horizonte o final de um dia normal.

Uma nova aventura sempre estava prestes a acontecer.

Não havia noite que não me abrisse um novo mundo.

O rio dos sentidos a tudo arrastava em seu avançar turbulento

e o raiar do sol encontrava-me clemente por uma trégua amiga,

mas, ao mesmo tempo, a vontade inconsciente era seguir avante.

Não sei quanto tempo, nem ao certo sei que tempo foi.

Não havia dimensão nem como avaliar o sentido, só sabia sentir.

A vida era um vento soprando. Era uma eterna promessa.

Não sei, não sei porque. Talvez amor demais pela vida...

Autor: ®DeJorge/2004