Eu ando pelas ruas num paradoxo
Eu ando pelas ruas num paradoxo
Caminho; paro; caminho; paro; sigo
O tempo, desdobra-se no espaço
Pois o espaço em que me encontro não cresce: padece
Que lugar tão vazio, para uma alma repleta de conflitos
Mas os pássaros estão ali para serem lidos
Amados e lidos. Por isso é que cantam
Cantam e acalmam este cenário
A calma é uma forma de preencher um vazio de um espaço sem dono.
Dentro desta calma transviada
Tudo se encontra em grande ordem
Mas dentro de mim, há ainda conflitos
Que desfaz qualquer consorte
Céu azul, em correspondência íntima com o mar;
Uma mata virgem simbólica e bela;
Borboletas de todas as cores pelo ar
Eu dentro dos meus conflitos
Por mais que eu queira sentir esta liberdade
É como se a natureza se me apresentasse por fragmentos
Ou remotas lembranças
Onde quer que você esteja
Seus problemas nunca deixarão de roê-lo
A liberdade estará presa dentro de nós
Até desfecho da nossas patologias existenciais