Eis que a poesia surge.
Germina e enraíiza.
Invade terreno, almas e céus.
Causa delírios e esperanças.
Eis que a poesia brota do calabouço das emoções.
A lágrima ressecada.
A mágoa úmida.
O rancor incandescente.
E, tudo queima perante olhos impassíveis.
Eis que a poesia pouco a pouco
se esfrega na existência.
Arranha a continência.
Excreta paciência.
A procurar rimas sem consistência.
As contradições indecentes.
As revelações contundentes.
Tudo fere.
Ou é, ou foi ferida.
E, no mar de cicatrizes
construímos a cidadela
em matizes.