Epílogo
O livro começa no epílogo
Também a vida, no desfecho
Porque o bom passo não é o do prólogo
E o próximo independe do que eu penso.
O autor do conto o concebe pelo fim
E retrocede escrevendo cada passo
A vida, no entanto, não é bem assim
Primeiro as notas, depois o compasso.
Mas, o compositor as ajeita no final
Depois do calorão do meio dia
Solenemente, no fundo do quintal
As notas se tornam ruído ou melodia.
Ficarão as raras para a posteridade
Estarão as muitas num canto esquecidas
E o autor, retornando à tenra idade
Inconscientemente, leva adiante as preferidas.
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