E quem não gostaria de refazer o mundo

a partir de si mesmo?

De acordo com o seu desejo?

Refazer-se a si mesmo

e ao mundo simultaneamente?

Ahhhh! quem não gostaria?

 

Se me refaço e, ao mesmo tempo,

refaço o espaço onde estou ou vivo,

deveria ser possível.

 

É possível.

Não é assim como quando olhamos

o caos ao nosso redor

e decidimos reorganizá-lo e ao espaço?

Dentro de nós tudo parece se ajeitar também,

tudo parece ir para o lugar -

reina a paz e a mansidão

de um passo para "arrumar"

o que estava "desarrumado"

o que estava "bagunçado".

 

Penso que isso deve ter a ver também

com o "tipo" de pessoa que desejo ser.

Que "tipo" de relação com o "Outro" eu busco viver?

Qual relação mútua eu compreendo existir entre "Eu" e o "Outro"

e que me faz bem (a mim e ao outro), me anseia interagir?

 

O que nos faz e refaz?

Nos fazemos e refazemos historicamente?

Nos fazemos e refazemos cotidianamente

por meio das relações entre Eu e o Outro

ou só entre Eu e Eu?

Há mutualidade entre estes dois últimos que são um só?

 

A mutualidade de ser, de viver, de se fazer e se refazer

só ocorre entre "Eu" e o "Outro".

Não haveria sentido se assim não fosse,

me disse um dia o Poeta das Estepes. 

 

"Como o carvalho solitário na estepe eu pensei que me bastasse. Só que para se ter valia é necessário o outro. Não posso me valer sozinho. Não tem sentido" (Carlos Guilherme Kappel).