Meu grito de liberdade
Vejo-a emergir de um túnel distante
O fio que a equilibra é oscilante
Meu pendor é desejar sua presença
Recebo-a como uma adorável oferenda
Libertação é coisa séria
A vida sem ela é esférica
Agonizar em algum solitário canto
Rodar e cair no mesmo ponto
Não precisa ser conquistada de cavalo alado
Nem com exército armado
Basta a dignidade
A força de vontade
Livre é aquele que coordena sua própria mente
Da voz do povo não é temente
E não precisa enveredar-se para uma unanimidade
Esconder-se de alguma realidade
O necessário é retirar a camuflagem
Seguir o percurso de sua improvisada viagem
Recusar-se a ser apenas mais um humano algarismo
Abandonar o comodismo
O meu grito pode não ser ouvido
Talvez ele tenha sido engolido
Mas o meu domínio é pungente
E a minha emancipação ardente!