RENÚNCIA

Hoje, me contradigo com prazer

O prazer íntimo do Homem

O abandono que faz jus ao nascer

As vantagens dessa posição

E o ônus de lutar para viver

Hoje, não quero mais falar de amor

Nem de dor, nem de morte

Só de mim

E de mim apenas

Só das minhas vontades

Só das minhas necessidades

Não quero ouvir seus lamentos

Não quero afagar suas inseguranças

Não quero ser seu pilar

Não quero ser seu abrigo

Quero ser meu e somente meu

Amigo e inimigo

Meu e somente meu

Para até depois do infinito!

Ou pelo menos hoje...

Pelo menos nestes versos,

Ao menos nesse momento.

Pertencer somente a mim,

Para depois abandonar, por direito,

Como todos os Homens

Até a mim mesmo.

Rosa de Almeida
Enviado por Rosa de Almeida em 12/03/2024
Código do texto: T8017996
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