A métrica incontável
Tinha medido uma métrica
Que afinal ficara tétrica
Foi um tempo tremendo perdido
Nada nela fazia sentido.
Já ia ficando macambuzio
No entanto, decidi terminar
Vi um palco denso e confuso
Foi quando resolvi simplificar.
Nesse instante, meu coração viu a flor nos olhos da criança
mas também viu a fome nos dentes.
Então meus versos abarcaram os pássaros
e sobrevoaram as alamedas.
Adornaram os cabelos dourados da menina.
Vi um anjo na doação e um animal no bombardeio.
Os olhos de mil transeuntes se prendiam no azul
que era o fundo do fundo do poema.
Nem lugar, nem gema
apenas uma estrela dourada
era o meu país.
Escrevia na espiral de uma galáxia qualquer.
Todo quasar agora abrigaria meus versos sem medida.
Livres como a ventania.