Pensando em Nietzsche
Tentei combater os monstros dentro de mim,
E me tornei o próprio monstro que combati,
Olhei por muito tempo para dentro do meu abismo,
E o meu abismo olhou de volta para mim,
Além do bem e do mal, Nietzsche transita,
Palavras ásperas, loucas, verdadeiras,
Fugindo da dualidade que a existência permeia,
Nem bem nem mal, nem preto nem branco.
No limiar do preto para o branco,
Os tons de cinza se prenunciam,
Quando o branco deixa de ser branco?
Quando o preto deixa de ser preto?
A sombra existe apenas por que existe a luz,
Em tonalidades e cores incontáveis, inimagináveis,
Não existe binaridade absoluta no bem e no mal
Entre um e outro existimos nós, numa imperfeição perfeita.
E apesar de todo o bem que imaginamos fazer,
O mal dança ao seu redor, procurando fraquezas,
E mesmo o mal absoluto e sombrio, repleto de sutilezas,
Tem seu existir sutilmente iluminado pelo bem, em suas profundezas.