VERDADE

As vezes a verdade sou eu,

Tão atrapalhada,

Que nem eu mesma acredito na minha própria cura.

As vezes a verdade é você,

Que me olha e apenas julga.

Dizem que o inferno são os outros,

Não mentiram,

Mas as vezes também sou eu própria,

Me contorce pensar em atitudes que poderiam ser evitadas.

Em uma tarde fria de maio,

Me olhei no espelho e não me vi,

Vi minha sombra e ela parecia me perseguir.

Em uma noite de agosto,

A verdade colocou algo em mim e machucou,

Apenas nela mesma pensou.

Você se arrepende, verdade?

Você se arrepende?

Porque eu confiei em você,

E você me sangrou,

As mãos no meu pescoço enquanto sentia dor,

Você apertou,

Até eu me calar.

E então por um instante, um momento você sente, e então não sente,

A verdade nua e crua estampada na minha cara,

Não estava preparada,

Bom, dizem que perdoar é necessário,

E eu acho que perdoei,

Mas sua marca no meu corpo fez estragos,

O pior preço paguei.

A verdade é que não estamos preparados para verdade,

Por isso sempre deixamos ela para mais tarde,

Você pode até fingir e dizer que não,

Mas é impossível mentir para sua própria visão.

A verdade as vezes se apresenta como simpatia,

Te convence, te convence e por trás te finca,

No fim restará você e seu capacete parados,

Ela vai fugir e te deixar,

Um crime perfeito,

Um plano todo armado,

O que você vai fazer?

Vai chorar?

Vai gritar?

Você está explodindo por dentro,

Mas sabe que as coisas podem piorar.

Então você respira e respira,

Ter medo as vezes salva sua vida.

E não é legal ser submissa,

Porém, as linhas parecem aceitar a injustiça.

A verdade me violou,

A verdade me roubou,

A verdade me abandonou,

A verdade me empurrou,

Verdade, oh verdade, por favor fique para mais tarde, você não combina com liberdade,

Por isso sempre deixamos para mais tarde,

Você pode até fingir e dizer que não,

Mas é impossível mentir para sua própria visão.