Olhares do topo
Do alto daquele morro, existe uma favela
Onde o bope bate, e o tiro atravessa a tela
No alto do condomínio, existe um velho síndico
Onde dona lourdes grita, que havia um chip na vacina
Pode chover por vários dias para faltar luz até a esquina
Pois dá uma preguicinha, para regar as flores de dona Hermínia
De longe não vejo rostos, apenas pequenas vidas
Do alto de um arranha céu, não vejo sofridos rostos
O pedreiro que veste o filho para ouvir dele um “bolso mito”
A esquerda come cachorro, na minha direita sonega imposto
Onde ecoa o tempo inteiro que exploração é seu direito
Cinquentinha era moto velha, agora e o luxo do lazer
Onde se ecoa o tempo inteiro que pobre não tem direito
O salário mínimo não cobre o mínimo…
Do alto daquele morro existe uma favela
Abaixo um condomínio onde há um velho síndico
As luzes de um natal que enfeita aquela fachada
E apaga a luz da velha estrada