DISPLICÊNCIA DO SER (DESEJO)
Queria ser calor
Ser o fogo que dilata e arrebata
Ser o brilho e o ardor
Ser a flama da sandice insensata
A lamúria dos sentidos
Ter o brilho lapidado
E o frescor do ribeirão cortando a mata
Não queria ter a sede
Solitude de quem tem razão ingrata
Não queria ser a sede
Nem o caos que me apavora e me desata
Queria o ápice - apoteose dos delírios
A paixão que aprisiona em meio a lava
Queria ser voraz, na perda dos sentidos
Abismo-temporal me arrasta para o fogo
Ser sangue incendiário
Loucura de viver querendo nada
Pela síndrome da febre extasiada
E mergulhar de vez...
Talvez...
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