Vulcão 🌋

Essa subida íngreme

me parece mais difícil que cometer um crime

com toda a certeza do mundo

assim como a incerteza nesse segundo

da queda

que me afeta.

Concentro toda a minha energia nos movimentos

dos meus braços e pernas, me certificando do que estou vendo.

Meus sentidos estão sob minha proteção

pelo medo de que o vulcão entre em erupção

restando apenas as cinzas

e meu Espírito soprando as brisas.

Batimentos cardíacos a todo vapor.

Suor que chega a procurar me proteger do calor

de um vulcão que está prestes a estourar

de tanta angústia, desespero e agonia a pressionar

meu ser que está em pleno apuro

para que essa expressão não afete minha vida, meu futuro.

Sei que tenho muito a sentir, a liberar, a extravasar

de larvas afetivas e lascivas que me convidam a explorar

o fundo do vulcão

e na certa, eu chego a aceitar de coração

para não me perder

do meu precioso ser.

Dei voltas e voltas pelo vulcão

com a devida atenção para que quando entrasse em erupção

fosse de uma forma que realmente aliviasse

e que não me matasse nem me condenasse

num sufoco já que o que sinto

é por mim direito. Logo, não ressinto.

Conservação do meu coração.

Cuidado à minha erupção

para que não haja obstáculos

e o caminho esteja livre dos embaraços,

quando estiver numa distância segura,

e assim, favorecer a minha cura.

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 28/01/2024
Reeditado em 31/01/2024
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