O lúdico pretexto

Reneguei a realidade. Me iludi.

Te levei para o mesmo engano

Mostrei um mundo, o qual construí

Olha! A noite, o sereno, o plano.

 

Surfamos nas ondas da música

Quando o sol arromba a noite

Da primavera renitente e lúdica

Que não chove nas flores, cuja luz é açoite.

 

A criança, no entanto, se diverte

Correndo na estrada florida

E o futuro, o pretexto inverte

Estendendo o jardim e a guarida.

 

Vem meu amor, acendi a praia

Num canto raia a cachoeira

No outro, o som da pororoca

Invoca o silêncio doente da cordilheira.

 

 

 

 

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