PERCALÇOS
Quando a noite morre…
e dos meus olhos escorrem…
lágrimas desidratadas
é que eu começo a enxergar
Em minhas madrugadas
O caminho a percorrer
quando eu deixo de morrer
Em minha alma exilada
Quando a noite morre…
e me implora…
é porque na hora dela ir embora
O inverno chora
E faz-me vestir…
… ao apagar da aurora
Minha melhor versão
Faz- me visitar
o imbróglio de minha solidão
o jazigo de minhas horas
porque é na saudade que mora…
.. as cinzas do meu agora
onde conjugo os castigos
de minha arrogância
de meus erros
de meus nevoeiros
de tudo aquilo que jamais
me servirá como espelho.
Sigo em frente e escrevo
os atropelos
os desmantelos
daqueles que sonham em ser
Todas as noites
um fliperama em meus pesadelos.
Fernando Araújo/Jan 2024