A Noite Não é Para Todos
São quase duas da manhã,
Quando meu vizinho resolve fazer sua Kombi velha funcionar
Aquilo faz muito barulho.
Me dá a certeza que eu precisava:
Hoje eu vou sair de casa
Pela madrugada
Nem que seja para buscar quatro cervejas no posto e ver a vida funcionando de madrugada.
Isso é algo intenso
Sair por aí e ver que outras
Pessoas são como eu
Tristes e madrugueiras.
No posto a vida segue seu fluxo,
Alguns caras bêbados me olham torto
Mas eu ainda tô sóbrio de mais
Pra deitar eles na porrada.
As coisas seguem acontecendo
-A noite não é para todos-
Um senhor cansado é o segurança do posto.
Enquanto isso, abro minha primeira cerveja.
Vejo algumas luzes acesas
Nós prédios da região.
Será que também são pessoas como eu
Ou
É simplesmente medo do escuro?
São essas emoções que regem
A humanidade:
Medo
Reação
Paralisia
Tesão
Insônia
E a minha escrita tem tudo isso
Tudo para dar certo na vida!
Mas que diabos
Mais uma noite de insônia
Cervejas
E a total descrença
De que as coisas darão certo
Para mim no futuro.
A madrugada e a insônia e a escrita
São a minha forma de protesto
Contra o medo do escuro.
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