Fui eu quem me trouxe à tona

Do fundo do teu esquecimento

E em tua memória renasci

Ou sobrevivi...

Mas não é vero este momento

Porque amores não comem deste alimento

 

Fui eu quem te acordou

Quando sonhavas outros sonhos

E li isto em teu cenho

E no frio mar mergulhaste...

E junto levaste teus mais íntimos pensamentos

 

Mas o que não sabias

É que quiméricos pensamentos são d'espuma...

Não descansam no lodo eternamente

Flutuam

E despertam um tanto indolentes

Dormentes

E nem percebem se à volta alguém os sente

 

 

 

Fui eu quem te trouxe à tona

Do fundo do meu esquecimento

Em minha memória revivi

Mas não vi...

Não era meu tal momento

Porque meu momento partiu há muito

com o vento...

 

Fui eu quem mergulhou no frio mar

E de lá arrancou as quimeras qu’escondestes...

Recobertas com areia,

Inocente movimento...

 

Sou eu quem ora volta a mergulhar

E comigo nada mais trago

Nem areias entre os dedos

Nem sonhos ou medos

 

Sou eu quem ora volta ao mar

E me deposito no leito

Inerte peito...

Dum silencio absoluto

E não deixo disto rastro

Lambo meu passo...

Salgada língua que sepulta a tudo

Passos...

Quimeras...

 

Pensamentos de fundo

 

 

 

Adah
Enviado por Adah em 29/12/2023
Código do texto: T7964766
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