Olhos
A noite invade-me os olhos...
Que fixos no vazio, procuram
no passado um sentido
para o presente.
Veem na ronda secular
de um astro.O puro ato de
viver a plenitude de sua
própria existência.
Oh! idade nobre.
De inúmeras vivências
sabedoria alcançada.
O crepúsculo invade-me os olhos...
Que fixos no vazio,
não mais procuram no externo
mas no interno.
Veem no passado
a experiência presente.
Oh! fiel guia dos sábios.
O dia invade-me os olhos...
Que fixos no vazio, procuram
no presente um sentido
para o futuro.
Veem no transitório
aquilo que não pode ser
mudado.
Pois a morte, vem a superfície
reclamar a sua herança.