Dezembro
Dezembro
É sempre uma dor profunda
e um contentamento.
Nessas horas eu queria fumar
tragar um cigarro
um não, vários
liberar a fumaça
e deixar um rastro que lembrasse minha presença
Impregnando assim todo meu apartamento.
Mas nem isso eu aprendi
Tenho vícios bobos
Como conversar com as paredes
e rabiscar seu nome
com um pincel imaginário
Escrever versos tolos
e ouvir músicas de outros tempos.
Tenho cada vez mais rugas
ao redor dos olhos
e menos de trinta dias
para descobrir
porque eu te amo tanto.
É sempre febril
O mês de Dezembro.