"Perguntas sobre você".
Penso, penso, penso.
Fecho meus olhos.
Busco você em minha mente.
Tento distinguir sua imagem no meio de tantas outras.
Me apego ao pouco que me serve.
E me perco.
Não te vejo, só te descubro.
A cada palavra dita.
Tenho um vislumbre do que é.
Suas verdades são pungentes.
Suas minúcias intrigantes.
Se misturam, se completam.
E tudo vira você.
Te sinto sem me tocar.
Por sua sensibilidade, apreço e afago.
Como quem pega no colo e acalanta até as batidas do coração se aquietar.
Quando não.
Diz: estou aqui para você.
E faz o sangue pulsar quente nas veias.
E eu?
Como fico?
Me testa.
Sinto que me quer como uma página em branco em que pudesse escrever a partir de agora e nada de antes.
Talvez além.
Sua comoção é intensa.
No entanto, pondera.
Me deleita com doses homeopáticas.
Não diz o que lhe vai no mais fundo da mente.
Me pergunto o que deseja de mim.
Será que você sabe?
Será que pensa como eu?
Livro aberto ou entreaberto?
Não sei ao certo.
Porque se reserva a ceder de você apenas o que quer, quando quer.
Controlando-se ao máximo.
Mede palavras e ações.
Para que eu não penetre tão profundo.
Em seu mar de emoções.