Discípulo de Marat
O doente em águas mornas anseia pela vida
O outro doente , em tormento, persiste na crítica ferida
O doente clama em sua voz de razão, a argumentação é construída
O outro doente, nas sombras, sussurra, na voz, sabedoria vívida
O doente já foi ceifado por conta de seus textos e palavras fortes
O outro doente, se afoga no pensamento
Vivendo pelo cérebro, o espírito questionador ainda mantêm-se em direção ao norte enfrentando as mortes
Marat e o jovem, a jornada da existência que nem a ampulheta pode apagar o momento
O destemido e o cauteloso, dançam nas sombras das antigas pinturas
O audacioso e o discreto, pensamentos que se deslumbram
Aquele que brandou alto e o outro, o pensador profundo das gravuras
Num estrondo um só, o outro perdura no mundo, coisas que nunca mudam
No final, o outro doente persiste, na escuridão, o seu refúgio
Como Marat nas tintas, não pretende deixar essa vida ser esquecida
No romântico lamento, o jovem continua como um naufrágio
Entre coragem e a paranóia, a história eterna é tecida.