A esperar
Permita que eu feche os meus olhos, pois é muito longe e tão tarde! O crepúsculo, como um véu de sombras, envolve o horizonte distante, e na quietude da noite, sinto a tua ausência como um eco longínquo. Pensei que era apenas demora, um pequeno tropeço no tempo, mas a espera se estende como um rio sem fim, serpenteando pelos recantos do meu ser.
Cantando, pus-me a esperar-te, entoando canções de amor ao vento, na esperança de que os versos melodiosos fossem trazer-te de volta até mim. Mas o silêncio é a única resposta que recebo, e as palavras se dissipam no ar, como pétalas perdidas ao sabor do vento.
Permita que agora emudeça, pois as palavras se tornaram pequenas demais para expressar a vastidão do meu sentimento. Na quietude da noite, sinto a tua presença como uma suave brisa, acariciando minha pele e tocando minha alma. No silêncio, encontro consolo, pois sei que mesmo na distância, nossos corações continuam a bater em harmonia, como uma melodia eterna que ressoa através das estações da vida.
E assim, fecho os olhos e me entrego ao abraço da noite, confiante de que, mesmo na escuridão, a luz da nossa conexão perdura, iluminando o caminho para um novo amanhecer. Na quietude do meu ser, encontro paz, sabendo que o amor que nos une é eterno e transcende todas as barreiras do tempo e do espaço.
Diego Schmidt Concado
*Alusão ao poema serenata* Cecília Meireles