Caminhos
O diabo desta vida é que entre cem caminhos.
Temos que escolher apenas um, destino incerto.
E viver com a nostalgia dos outros noventa e nove.
As escolhas que fazemos, marcam-nos, não há concerto.
No universo vasto das possibilidades, um se destaca.
Nove e noventa são perdidos, no tempo, sem rastros.
Na estrada escolhida, a nostalgia desses caminhos traça.
Marcas profundas, como sombras, em nossos astros.
Oh, como seria se pudéssemos trilhar todos os rumos.
Sentir a brisa de cada estrada, a cada amanhecer.
Mas na limitação humana, ficamos presos a esses volumes.
Escolhemos um, mas sonhamos com os outros, a sofrer.
Assim, no dilema de escolher e deixar os outros para trás.
Carregamos a nostalgia dos caminhos não percorridos, em paz.