ÁGUA CRISTALINA
Não sou o copo vazio ou cheio,
sou o assombro da água veloz,
sou a enchente em vasto rateio,
minha velocidade é em nós,
quanto mais me assemelho
mais meu reflexo no espelho
desvanece a translucidez
e vou apagando a lucidez
do meu ser em devaneio
numa estranha reação anímica:
sou uma água cristalina
desimportante e sem vida,
a luz me perpassa irrefletida,
a escuridão me toma a despedida.
Diego Duarte dos Santos