ÁGUA CRISTALINA

Não sou o copo vazio ou cheio,

sou o assombro da água veloz,

sou a enchente em vasto rateio,

minha velocidade é em nós,

quanto mais me assemelho

mais meu reflexo no espelho

desvanece a translucidez

e vou apagando a lucidez

do meu ser em devaneio

numa estranha reação anímica:

sou uma água cristalina

desimportante e sem vida,

a luz me perpassa irrefletida,

a escuridão me toma a despedida.

Diego Duarte dos Santos

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 03/11/2023
Código do texto: T7923756
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