O incansável remendo.
A incessante busca por algo que faça sentido
Que consiga apaziguar discussões coléricas
De um indivíduo desprovido de limites
Contra uma pessoa que não conhece o fim
Contidos na mesma catástrofe
Que se esparrama para todos os lados.
O incansável remendo, com as mãos tremendo
Saliva escorrendo
E outros sinais de descontrole;
Desculpando-se pelas próprias criações
Mas sem o poderio necessário
Para cessar as invenções
Que arruínam um belo cenário:
Onde o sol já nasce escondido pelas nuvens
Pelo medo do que ajudará florescer.
Que morra, toda partícula de ócio
Que alimenta um ódio particular
De todas as coisas, vivas ou mortas
Que lhe dão a face ou viram de costas
Para não ver o desabamento
De uma estrutura mutuamente instável:
Onde a verdade que descansa no topo
É destruída pela ruindade, que trinca aos poucos
As paredes de concreto armado.
Seria melhor se viesse amarrado, contido
Cessado por causas naturais
Mas não existe solo que absorva algo tão irremediável.
Nem no descanso eterno, assim o faria
Se primeiro não pusesse um fim em sua ira
Se primeiro não impedisse tantos vendavais
Que levam palavras cuspidas
E trazem de volta como se fossem normais;
Que abalam a todos, mas primeiro a si mesmo
E não enxerga, em sua triste queda
Que o verdadeiro culpado
Reside em seu coração.