O incansável remendo.

A incessante busca por algo que faça sentido

Que consiga apaziguar discussões coléricas

De um indivíduo desprovido de limites

Contra uma pessoa que não conhece o fim

Contidos na mesma catástrofe

Que se esparrama para todos os lados.

O incansável remendo, com as mãos tremendo

Saliva escorrendo

E outros sinais de descontrole;

Desculpando-se pelas próprias criações

Mas sem o poderio necessário

Para cessar as invenções

Que arruínam um belo cenário:

Onde o sol já nasce escondido pelas nuvens

Pelo medo do que ajudará florescer.

Que morra, toda partícula de ócio

Que alimenta um ódio particular

De todas as coisas, vivas ou mortas

Que lhe dão a face ou viram de costas

Para não ver o desabamento

De uma estrutura mutuamente instável:

Onde a verdade que descansa no topo

É destruída pela ruindade, que trinca aos poucos

As paredes de concreto armado.

Seria melhor se viesse amarrado, contido

Cessado por causas naturais

Mas não existe solo que absorva algo tão irremediável.

Nem no descanso eterno, assim o faria

Se primeiro não pusesse um fim em sua ira

Se primeiro não impedisse tantos vendavais

Que levam palavras cuspidas

E trazem de volta como se fossem normais;

Que abalam a todos, mas primeiro a si mesmo

E não enxerga, em sua triste queda

Que o verdadeiro culpado

Reside em seu coração.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 18/10/2023
Código do texto: T7911503
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