Refúgio

Sentei-me à beira de um rio remansado

No deslumbre da calmaria

Sem nada esperar

Tão-só o ocaso, majestoso fim do dia

Ante meus olhos arregalados

Desejando estrelas no céu

Minh’alma constelação

Um universo inteiro, meu pensamento

Cortando o breu, a luz das minhas retinas

Refletidas nos cacos do meu silêncio

Quebrado pela música dos galhos farfalhantes

De lá, onde solitude é companhia

E cativa meu olhar um livro à mão

Meu único amante

Onde é sensível o gosto das flores noturnas

Que ornam a escuridão

Com seus arranjos perfumados

Que fazem divagar minha mente

Enquanto se vão meus tormentos, devagar

Finda o anoitecer

Sem demora

Renasço inteira

Em raios de sol, noutro amanhecer...

Acarla
Enviado por Acarla em 16/10/2023
Código do texto: T7910321
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