Transcrições IV
São sempre os mesmos, as mesmas dores, as mesmas feridas, os mesmos feridos, corações partidos, pessoas partindo, uma voz incoerente grita lá no horizonte.
E adiante, uma luz, que brilha em meio as dúvidas. Um coração cheio de amarguras, tão só, tão resplandecente, tão cópia de girassol, porque o céu deixou de ser azul, porque o sol não apareceu. Se choveu, não me molhou. O rio passou, como sempre passa.
Entre os versos confundidos, entre as nuvens carregadas, talvez chova, talvez só venha uma garoa, a mata floresce, o encanto padece. Quem somos? O que queremos?
O arco-íris tem sete cores. E por que vivemos tão cinza?
Seríamos capazes de alcançar o próximo cometa, desbravar todo o universo, alcançar as riquezas, a profundeza do mar. Deixar afundar toda a tristeza e renascer, não como a fênix, que é tão usada como exemplo, mas como nós mesmos, porque nós também podemos renascer. Como nós mesmos.